SARGENTO que foi Preso com cocaína em voo da FAB tinha mapa da Base Aérea

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Sargento flagrado com 39 quilos da droga sabia da localização de câmeras de segurança do hangar em Brasília.

RIO — Flagrado na Espanha, em junho, com 39 quilos de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira(FAB) que integrava a equipe de apoio do presidente Jair Bolsonaro, o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues guardava um mapa das câmeras de segurança do hangar que abriga os aviões presidenciais. A informação faz parte da investigação sobre o caso, revelada ontem pelo Fantástico.

De acordo com a apuração, o mapa das câmeras de segurança estava no armário que o sargento usava dentro da Base Aérea de Brasília, onde cães farejadores apontaram ainda indícios da presença de cocaína. A investigação também revela que não havia droga somente na mala de Rodrigues, quando ele foi preso em Sevilha. O produto, com pureza de 80%, também foi encontrado na mochila e no porta-terno do sargento.

De acordo com o Fantástico, Rodrigues fez, pelo menos, 30 viagens nacionais e internacionais em voos da FAB nos últimos cinco anos, com os últimos três presidentes.

Em dois meses de investigação, mais de 40 pessoas foram ouvidas pelos militares da Aeronáutica, que levantaram suspeitas sobre o possível envolvimento de um oficial. O tenente-coronel Alexandre Augusto Piovesan foi ouvido duas vezes, sendo a primeira como testemunha e a segunda como investigado. De acordo com o Fantástico, Piovesan atuava no Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. A quebra de sigilo telefônico mostrou que ele mantinha contato com a ex-mulher do sargento e que, supostamente, “trazia coisas” do exterior para serem vendidas no Brasil.

No dia da prisão de Rodrigues, o tenente se encontrou com a ex-mulher do militar preso por tráfico. No primeiro depoimento, ele mentiu ao negar ter relação fora do trabalho com o sargento. No segundo depoimento, após ser alvo de mandado de busca e apreensão, ele alegou que ficara em pânico e que, por isso, não respondeu adequadamente ao primeiro depoimento. Na busca e apreensão, a polícia encontrou celulares, computadores e vários itens importados.

O inquérito, no entanto, concluiu que Piovesan não participou do crime de tráfico. As informações sobre a conduta do oficial foram encaminhadas para o comando da Aeronáutica para eventual apuração disciplinar. O Fantástico tentou contato com Piovesan, mas não obteve resposta.

A investigação mostra ainda que, antes do embarque para a Espanha, Silva Rodrigues chegou três horas antes do voo, bem mais cedo do que precisava. E que uma testemunha afirmou que o sargento disse que levava na mala doce e queijo para uma prima em Sevilha. Revela ainda que ele deixou o carro dentro da Base Aérea no dia anterior, e que usou um carro alugado para se deslocar pela cidade.

À Justiça espanhola, o sargento disse que não sabia que havia cocaína na bagagem. Os investigadores também suspeitam que Rodrigues tinha um padrão de vida incompatível com o salário, alegação contestada pela defesa.

Ao Fantástico, o Ministério da Defesa afirmou que aprimorou os procedimentos de segurança na Base Aérea e que “atua firmemente para coibir irregularidades”.

FONTE: O GLOBO

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